No caso do Brasil, como sabemos, ocorre o exato oposto. Bandidos perigosos lideram rebeliões de dentro das cadeias, guerras entre quadrilhas paralisam metrópoles inteiras, marginais queimam ônibus públicos com pessoas dentro, criminosos roubam e matam às vezes apenas pelo prazer de fazê-lo. Atualmente,
Se o excesso de Estado é o maior problema econômico do Brasil, o maior problema social certamente é a Impunidade. Nenhum fator se compara à Impunidade na hora de se entender as razões por trás da violência, criminalidade e corrupção que reinam hoje no País.
Existem pensadores que atribuem a violência do Brasil à desigualdade social. Segundo eles, estamos entre os campeões mundiais em estupros e assassinados porque uns são muito mais ricos que os outros. Realmente a desigualdade social é problemática.
No entanto, isto tem pouca relação com a criminalidade. A Índia, assim como
Tampouco a ignorância e o desemprego constituem fatores convincentes para a criminalidade. Estudos da Universidade
A respeito do impulso para o crime, a Psicologia nos fornece um ferramental importante. Freud falava em duas e apenas duas fontes de motivação: a pulsão de vida e a pulsão de morte, o amor e a dor. Em linguagem prática, a pulsão de vida é a recompensa esperada por adotar determinado comportamento. Já a pulsão de morte é a punição esperada por se fazer algo de errado. Quando um bandido analisa se irá ou não roubar um Banco, essas duas pulsões entram em cena. A recompensa seria o dinheiro e os prazeres que esse oferece. A possível punição seria o risco de ir para a cadeia.
Estabelecer a certeza da punição é uma tarefa fundamental para se combater a criminalidade e a corrupção. O caso de Hong Kong é emblemático. Essa antiga colônia britânica sofria de notória corrupção até o final dos anos 70. Como as ramificações dos desvios de dinheiro iam longe na hierarquia governamental, parecia que a situação era incorrigível, uma vez que até o judiciário estava contaminado. Para resolver o problema, foi criada uma comissão especial de combate à corrupção. Ligada diretamente a coroa britânica, essa comissão gozava da independência necessária para investigar e punir os criminosos.
Com as primeiras punições exemplares, tornou-se evidente que o reinado da impunidade tinha chegado ao fim. Mais investigações levaram a mais punições e, pouco a pouco, começou a haver uma limpeza na condução pública de Hong Kong. Com o tempo e o fim da impunidade, começou-se a criar uma cultura de honestidade nesse território e, hoje
Se um homem vai a um banheiro público e o encontra em estado de absoluta sujeira e desrespeito, dificilmente esse homem contribuirá com a limpeza do local, por mais bem-educado que ele seja. Por outro lado, se ele for uma pessoa consciente, e o banheiro estiver impecável, provavelmente ele irá mantê-lo conservado. Ou seja, educação é fundamental para manter qualquer coisa que está funcionando bem. No caso de um país corrupto e violento, a puniçãodos criminosos é sempre a primeira etapa a ser perseguida.
O grande problema no Brasil é que, em virtude de uma série de distorções e ineficiências, o risco de punição é baixo. A chance de alguém ser capturado por um crime é bastante reduzida. Mesmo se for capturado, a chance de ir a julgamento é pequena e, mesmo em caso de condenação, não ficará na cadeia por muito tempo. Na primeira fuga ou cumprimento de parte da pena o criminoso já estará de volta às ruas. O resultado disso é que, ao calcular suas chances
3 Fontes: Indian review e UNESCO Brasil referência dados 2003
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