terça-feira, 11 de março de 2008

PREFÁCIO

Aldous Huxley em “O admirável mundo novo” já descreveu o Estado onipotente onde até os óvulos femininos eram propriedade do Estado e os fetos, gerados em provetas e desenvolvidos em incubadoras, eram depois “amestrados”, segundo suas particulares biológicas, para exercerem as mais variadas atividades: desde garis a cientistas. George Orwell, em “1984" expôs o Estado do ”big brother" onde cada cômodo de cada residência era devassado por uma câmara digital até que o herói da história foi flagrado, em pleno bosque, em ação “anti-social”, por uma câmara oculta em frondosa árvore. Kafka, em “O Processo”, relata outro Estado discricionário onde o acusado era interrogado sobre coisas e atos que ele absolutamente ignora e nem sabia do que o acusavam. A arte imita a vida, ou vice-versa!

O Estado imaginado em “Carregando o elefante" é a antítese de tudo isto.

O indivíduo, mesmo sem condições, é desafiado a andar com as próprias pernas. Talvez, sem muletas, as potencialidades passam aflorar e as estatais inviáveis desapareçam sem causar maiores danos, simplesmente, O que é certo é que os Estados imiscuidores e onipotentes nunca tiveram êxito. Nem na ficção nem na realidade. O modelo de gestão da coisa pública ali sugerido está fadado a provocar acalorados debates pois o que ali se propõe é um desmonte significativo do arcabouço do Estado o que tem conseqüências positivas e negativas.



Antonio Ermírio de Moraes

Presidente do Conselho de Administração do
Grupo Votorantim



Um comentário:

Evandro Carvalho disse...

Entre o Estado elefante e o mercado raposa. O “Estado mínimo” deu no que deu. Como encontrar uma alternativa que leve ao bem estar de toda a população e não apenas a uma parte dela?